#OSulEm12dias: Como ir de Curitiba para Florianópolis?

Entre Curitiba e Florianópolis é como se fosse do Rio para Campos dos Goytacazes.

Na quarta reportagem da série “O Sul em 12 dias”, nos despedimos de Curitiba rumo à Florianópolis, a capital de Santa Catarina. A distância entre as duas cidades é de 300km indo pelas BR’s-376 e 101, podendo ser percorrido em 3 horas e 50 minutos (estimativa com trânsito livre, fonte: Google Maps). É como se fosse do Rio para Campos dos Goytacazes, à título de comparação.

Indo por vias terrestres, são 4 empresas que operam a ligação entre as duas cidades: Catarinense, Expresso do Sul (ambas do grupo JCA, o mesmo que controla a 1001), Expresso Nordeste e Eucatur, além dos aplicativos Buser e 4Bus, que também oferecem viagens neste trecho. A passagem pode variar entre R$ 49,00 e R$ 73,00. Porém, o passageiro deverá ficar atento ao itinerário do horário, pois alguns deles vão fazendo seções em algumas cidades do longo do caminho, o que aumenta o tempo de viagem.

Ônibus Busscar Vissta Buss DD da Eucatur. A empresa é uma das operadoras da rota Curitiba x Florianópolis, oferecendo todos os tipos de serviço disponíveis (convencional ao leito).

Nota: Devido as restrições de circulação por causa da pandemia do novo Coronavírus, as viagens entre Curitiba e Florianópolis seguem suspensas por tempo indeterminado.

Já por vias aéreas, as três companhias brasileiras (Gol, Latam Brasil e Azul) fazem a rota CWB x FLN, o voo tem duração de 3 horas, com 1 conexão, com um preço médio de R$ 285, por viagem (referência para pesquisa: voos de ida para 04/09/2020 e volta para 11/09/2020).

Aeronave Boeing 737-800 da Gol Linhas Áereas taxeado na rampa de embarque do Aeroporto Afonso Pena. Curiosamente, não há voo sem escala para o trecho, tendo que fazer conexão em São Paulo-Guarulhos ou Porto Alegre. Foto: Gabriel Petersen Gomes

A escolha para o deslocamento é muito fundamental para a rota CWB x FLN. Enquanto os terminais rodoviários ficam localizados nas áreas centrais de Curitiba e Florianópolis (o Terminal Rodoviário de Florianópolis fica localizado logo na entrada da Ilha de Santa Catarina), os aeroportos ficam longe das áreas centrais. O Aeroporto Afonso Pena fica na vizinha São José dos Pinhais, enquanto que o Aeroporto Hercílio Luz fica no bairro Carianos, no Sul da Ilha.

Ônibus Marcopolo Paradiso G7 1200 da Expresso do Sul no Terminal Rita Maria, em Florianópolis. A rodoviária é um dos principais portões de entrada de turistas na Ilha de Santa Catarina. Foto: Gabriel Petersen Gomes

Esperamos que possamos ter contribuído para o conhecimento de vocês sobre a cidade de Curitiba, na próxima reportagem da série, vamos começar a entender o sistema de transporte da capital dos catarinenses.

#OSulem12dias: Os problemas de Curitiba em comum com o Rio e as soluções

Curitiba e o Rio sofrem com o problema sério da evasão de passagem, o que influencia na tarifa

Na nossa terceira reportagem da série O Sul em 12 dias, hoje vamos mostrar os problemas que nossa capital, Rio de Janeiro, e Curitiba têm em comum e algumas soluções de Curitiba que poderiam ser replicadas aqui. Num primeiro momento, Curitiba pode parecer um exemplo de cidade, mas, como toda a cidade grande que se preze, tem seus problemas de ordem pública, principalmente relacionadas aos transportes. Listaremos algumas delas:

1) Os caloteiros. Ou melhor, os fura-catracas:

O primeiro problema que impacta os transportes curitibanos é a questão do não pagamento da passagem pelos caloteiros, ou como são chamados, fura-catracas. Em uma pesquisa feita pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp-PR) em Novembro do ano passado mostra que 3.317 pessoas não pagaram a passagem nas estações-tubo da cidade, por dia. Comparado com a pesquisa feita em Agosto, houve uma redução de 10%, enquanto que, se comparado com Novembro de 2018, a redução foi de 18%.

Em Junho de 2019 foi lançado a Operação Fura Catraca, uma iniciativa das empresas de ônibus que visa combater o não pagamento da passagem, que é considerado crime. Os agentes percorrem as estações-tubo para fazer a conscientização e, caso seja flagrado algum calote sendo dado, encaminha o usuário que não pagou a passagem para os órgãos de segurança pública, como a Guarda Municipal e a Polícia Militar (PM). Em 5 meses de operação houve uma redução de 17% nas estações atendidas pela operação, enquanto que, em 1 ano, a redução é de 31%.

Com prejuízo de R$ 6 mi por ano, empresas lançam 'Operação Fura ...
Agentes da Operação Fura-Catraca, que visa impedir o acesso sem pagar aos ônibus expressos e Linha Direta. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná

Em Novembro/2019, a estação mais invadida foi a estação Fanny, no sentido Pinheirinho, seguido pela mesma estação Fanny, só que no sentido Praça Carlos Gomes e pela Estação China (bi-direcional). O prejuízo estimado chega à R$ 5,5 milhões por ano. Veja a lista:

PosiçãoEstação
1Fanny (sentido Pinheirinho)
2Fanny (sentido Carlos Gomes)
3China (bi-direcional)
4Rio Barigui (sentido Centro)
5Morretes (sentido Bairro)
6Rui Barbosa (sentido Terminal Centenário)
7Rio Barigui (sentido Bairro)
8Praça Carlos Gomes
9Presidente Kennedy (bi-direcional)
10São Pedro (sentido Carlos Gomes)
Pesquisa feita em Novembro/2019 pela Setransp. Disponível em: http://empresasdeonibus.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Pesquisa-Fura-Catraca-1.pdf
Estação Fanny. Os dois sentidos estão no topo das estações com mais calotes do sistema. Foto: reprodução Google Street View.

Enquanto isso no Rio, lidamos com o problema da falta de pagamento de passagem praticamente desde a implantação do nosso sistema de BRT, iniciado pelo TransOeste em 2012. Com a abertura do ramal Campo Grande do corredor, foi-se constatando o aumento exponencial de pessoas que não pagava passagem principalmente no trecho da Avenida Cesário de Melo, que margeia várias favelas, dominadas pela milícia ou pelos traficantes. Por conta do alto número de caloteiros, a linha 17 (Campo Grande x Santa Cruz) ganhou o apelido, nada carinhoso, de “Trans-Crack”, pois segundo os passageiros, era comum usuários de drogas invadirem os ônibus para fumar drogas ilícitas e buscar elas nas favelas da região.

Insegurança e calote fazem BRT entrar com ação na Justiça contra ...
Cena muito comum nas estações do BRT, o calote virou mais do que um problema social, virou caso de polícia. Sobretudo na Zona Oeste e na região da Cesário de Melo. Foto: Pedro Teixeira / Agência O Globo

Segundo dados do BRT Rio, empresa que administra todo o sistema de ônibus rápidos, cerca de 74.000 passageiros dão calote nas estações dos três corredores (TransOeste, TransCarioca e TransOlímpica) por dia, gerando um prejuízo estimado de R$ 5 milhões ao mês. Com esse dinheiro, poderia ser adquirido 5 novos articulados para o corredor.

Em 2019, o BRT Rio, em parceria com a guarda municipal, iniciou a verificação dos cartões Rio Card para ver se o passageiro passou ou não pela roleta, à exemplo do que acontece no VLT. O passageiro flagrado terá que pagar uma multa de R$ 170,00, tendo um acréscimo de 50% (R$ 255) se for reincidente. Mas segundo relatos de passageiros, essa fiscalização parece não ser tão eficiente assim, pois os relatos de passageiros dando calote continuam.

Uma das soluções que Rio e Curitiba encontraram foi a colocação de anteparos nas estações. Em Curitiba, a primeira estação à receber foi a do Passeio Público, no sentido Santa Cândida, enquanto que no Rio foi a estação do Mato Alto. Na estação Passeio Público de Curitiba, a redução foi de 102% em 1 ano (de 1.462 calotes para 260 ao dia), enquanto que não há dados oficiais sobre a redução na Estação Mato Alto.

2) Pessoas andando nas canaletas do BRT:

O segundo item da nossa lista é uma questão mais de ordem social e conscientização do que econômica. Circulando pelas canaletas da área central, principalmente naquelas com pouco movimento, você vê muitas pessoas circulando pela pista exclusiva como se nada acontecesse. Cena que, infelizmente, é comum tanto lá quanto aqui. Nesta foto registrada por nós, você vê as pessoas andando de bicicleta tranquilamente na Rua Visconde de Guarapuava, como se nada tivesse acontecendo.

Ciclistas andando pela Travessa da Lapa, que é exclusiva para os ônibus bi-articulados. O risco de um acidente fatal com um ônibus de maior capacidade é maior. Foto: Gabriel Petersen Gomes

Enquanto que no Rio, não é muito incomum você ver carros ou pedestres trafegando indevidamente no corredor, o que já ocasionou muitos acidentes, inclusive, alguns fatais. As pessoas precisam se conscientizar que, ao contrário de um ônibus convencional, um ônibus articulado e/ou bi-articulado demora mais pra frear. E caso acerte algum carro ou pedestre, o impacto pode ser forte, ou até fatal.

Acidente no BRT da Barra deixa uma mulher morta - Jornal O Globo
As invasões, fechadas e ultrapassagens indevidas aos cruzamentos do BRT no Rio são uma constante desde a inauguração. Na foto, um acidente ocorrido na pista da TransOeste, na Barra, onde uma mulher foi morta, em 2012, ano da inauguração. Foto: Carolina de Oliveira Castro / O Globo

3) A falta de uma frota mais moderna e ônibus com maior capacidade:

Para Curitiba é mais um ponto a favor, enquanto que pro Rio é mais um problema.

É consenso que Curitiba esbanja modernidade em sua frota. Durante este mês de Abril, mais 104 ônibus foram entregues à população curitibana, totalizando 514 ônibus entregues desde o início da gestão do prefeito Rafael Greca (PMN), em 2017. Destes 104, 30 são articulados, 6 bi-articulados e 20 do tipo “padron” (com motorização traseira), o que corresponde no total de 51% da nova frota.

Entrega dos 104 novos ônibus para Abril. Foto: Daniel Castellano/SMCS – Prefeitura de Curitiba

Enquanto isso, na cidade do Rio, em 2020, apenas 3 empresas estão recebendo ônibus novos: Novacap (11 ônibus), Graças e Verdun (10 ônibus cada). Mesmo os ônibus tendo ar-condicionado, item obrigatório desde 2014 cujo processo de climatização total se arrasta desde então, as empresas optam em adquirir ônibus com a motorização frontal (ou como são conhecidos: os ônibus cabritos). Numa cidade “séria”, os ônibus cabritos estariam somente restritos às linhas ‘alimentadoras’, deixando as linhas troncais e diametrais sendo operadas com ônibus de motorização traseira e/ou articulados.

Uma das alternativas para melhorar o BRT seria a adoção de ônibus com portas dos dois lados, para que um ônibus possa sair de um bairro, atender o corredor e sair novamente, ão deixando estações de grande porte saturadas.

Como mostramos na matéria anterior, desde 2018, Curitiba está se adaptando à uma “nova realidade” e implementando ligeirinhos com portas dos dois lados, para otimizar a operação, não deixando a operação restrita somente para atender às estações tubo.

Quando o Rio decidiu implantar os sistemas de BRT, acreditava-se que o sistema fosse vingar do jeito que o ex-prefeito Eduardo Paes imaginava que fosse. À medida que os trechos foram sendo abertos, muitas linhas foram sendo extintas e/ou encurtadas, sobrecarregando as linhas do BRT. O resultado 8 anos depois? Uma redução de quase 100 articulados do sistema, com o consequente sucateamento, principalmente no eixo da TransOeste, onde o asfalto acaba colaborando com a detonação dos ônibus.

Superlotação é um problema comum em todas as cidades brasileiras, mas o Rio de Janeiro acredita que pondo 40-50 ônibus de tamanho normal (padrão M. Benz OF-1721 E5, 12 metros) vai solucionar o problema, porém, só iremos resolver este e outros problemas de mobilidade se houver uma gestão pública eficiente, com um subsídio ao nosso bilhete único que realmente valha a pena para as empresas. O ex-prefeito Eduardo Paes, à época da implantação do Bilhete Único Carioca, optou em reduzir o ISS das empresas para 0,00001%, como uma forma de subsidiar, acreditando-se que a cidade sobreviveria com uma passagem sendo repartida igualmente para duas empresas. A conta começou a chegar em 2015, e o resultado 10 anos depois é: de 46 empresas no início da era dos consórcios, 15 fecharam as portas. E ainda há o risco de mais duas, estando direta ou indiretamente relacionadas à falta de subsídio, fecharem as portas: Vila Isabel e Acari. Será que esta crise do Coronavírus servirá de lição para alguma coisa? Só o tempo dirá…

Com isso, nossa viagem por Curitiba acaba por aqui. Na próxima reportagem da série, vamos conhecer as opções rodoviárias entr e Curitiba e, nosso próximo destino, Florianópolis.

Com informações da URBS – Curitiba, Setransp-PR, O Globo, Extra e O Dia

#OSulem12dias: Decifrando os tipos de ônibus de Curitiba

Conhecida por sua diversidade de linhas, Curitiba tem um sistema eficiente, porém, mostrando sinais de desgaste.

Na segunda reportagem da nossa série #OSulem12dias, vamos conhecer o perfil das linhas de ônibus de Curitiba. Pra quem visita pela primeira vez, pode parecer confuso, mas facilmente dá para entender. Curitiba e sua Região Metropolitana foram uma das primeiras regiões brasileiras a adotar a padronização de pintura, isso no final dos anos 70, início dos anos 80. Desde então, a cidade foi se baseando nas cores para montar o sistema. Atualmente, são 6 tipos de linhas em Curitiba, são elas:

  • Alimentadoras
  • Interbairros
  • Convencionais
  • Expresso / Direto
  • Ligeirinho (Linha Direta)
  • Circular Centro

Vamos destrinchar cada uma delas e suas respectivas padronizações.

A = Alimentadora: Como o próprio nome sugere, faz a ligação entre os bairros com os terminais de integração, de onde partem os ônibus para o Centro. A cor dos ônibus é o laranja;

Marcopolo Torino com a pintura de alimentador da Auto Viação Redentor

B = Interbairros: Interliga os bairros de Curitiba sem passar pelo Centro. São 6 linhas Interbairros (I ao VI), sendo que 2 delas (I e II) possuem os sentidos Horário e Anti-Horário. A cor dos ônibus que operam nesta linha é a verde escura.

Linha Interbairros II, que sai do Terminal

C = Convencional: Categoria de linha mais presente na cidade, liga os bairros ao Centro da cidade, sua cor predominante é o amarelo. Esta categoria possui uma variante, o “convencional midi”, que é operado por ônibus sem cobrador, cuja letra de identificação é a “N”;

Marcopolo Viale da Viação Tamandaré, de responsabilidade da Comec. Os sistemas de cores para os ônibus municipais é o mesmo para os metropolitanos, embora haja a intenção de unificar todos na cor bege.

D/E = Direto/Expresso: O conceito destas categorias é basicamente a mesma. Fazer ligações rápidas entre os terminais e o Centro da cidade, utilizando as ruas e canaletas exclusivas para os bi-articulados, parando nas estações-tubo de maior porte. A cor dos ônibus destas categorias é o vermelho. Porém, com o lançamento do – já descontinuado – Neobus Mega BRT, foi lançado uma nova categoria de linha, o Ligeirão, na cor azul-escuro, que faz as mesmas ligações rápidas pelas canaletas, porém, parando em menos estações. Porém, a cor está em processo de extinção e as linhas do sistema Ligeirão passaram a ser alocadas nas letras D e E convencionais.

Exemplares de ônibus das frotas D e E de Curitiba. Basicamente nesta frota concentra-se todos os biarticulados da cidade.


I = Intercambiável: Uma nova categoria que foi incluída a partir de 2018, a partir da junção das categorias “alimentadora” e “convencional”, mantendo-se a cor laranja oriunda dos ônibus alimentadores. A mudança, segundo comentários, é para otimizar a operação das empresas, já que com a frota intercambiável, um ônibus escalado numa linha alimentadora possa operar numa linha convencional.

A frota “I” (de Intercambiável) surgiu a partir da junção das categorias Alimentador e Conjvencional, permitindo que um ônibus possa ser escalado em outra categoria, em casos de quebra ou avaria.

L = Ligeirinho / Linha Direta: Operado, costumeiramente, por ônibus convencionais com porta somente no lado esquerdo (embora também haja articulados neste categoria), são linhas que possuem pontos de parada somente nas estações-tubo, com uma distância de, em média, 3km entre eles. Os últimos ônibus adquiridos pelas empresas para a frota “L” vieram com portas dos dois lados, o que permitirá a operação em linhas que operam com embarque pelo lado direito no lado da calçada.

Neobus Mega BRT da Transporte Coletivo Glória operando na linha 505 – Boqueirão x Centro Cívico. Os ligeirinhos, ao contrário dos diretos/expressos, operam fora das canaletas exclusivas.

M = Multimodal: Categoria se tornando comum entre as empresas metropolitanas, é uma derivação da categoria “L”, com a diferença que os ônibus da frota “M” operam linhas que possuem embarque no nível da calçada e no nível das estações-tubo no mesmo trajeto. Um exemplo desta categoria é a linha 607 – Colombo x CIC, operado pela Viação Santo Ângelo.

Neobus New Mega da Viação Santo Ângelo, que opera uma linha multimodal. Embarque dos dois lados durante o trajeto.

N = Convencional Midi: Derivação da categoria convencional que foi caindo em desuso com o passar do tempo. Atualmente poucos midi-ônibus estão usando esta letra, e mais micro-ônibus estão sendo usados, em especial os do Circular Centro, cuja cor predominante é a branca.

Micro-ônibus do Circular Centro, que atende os principais pontos da árera central.

P = Acesso: É um serviço de micro-ônibus porta a porta, com elevador, cadeira de rodas e acessórios necessários para garantir a mobilidade de pessoas com deficiência. Busca a pessoa com deficiência na porta de casa, leva até a porta do serviço de que ela precisa e a deixa na porta de casa, quando o atendimento tiver terminado. O serviço só se aplica para atendimentos de saúde e socioassistenciais não continuados.

Um dos micro-ônibus que fazem parte do serviço Acesso, que faz o transporte porta a porta de portadores de necessidades especiais.

S = SITES / Escolar: O Sistema Integrado de Transporte para o Ensino Especial é um serviço criado pela Prefeitura de Curitiba para atender estudantes com deficiência ou transtornos do espectro autista (TEA). Para usar o serviço, o estudante precisa morar à 2km da escola. O sistema conta com um terminal próprio para eles, localizado no bairro Cristo Rei. Agora em 2020 foi anunciado que o sistema SITES passará para as mãos de uma única empresa, a Trans Isaak, empresa de fretamento da cidade que está operando linhas da Pluma Internacional aqui no Rio.

T = Turismo: Uma linha operada com ônibus panorâmicos de 2 andares, que percorre os principais pontos turísticos da cidade, num roteiro de 3h de duração. Com a aquisição do bilhete de passagem (que custa R$ 45,00 – valor em Março/2020), permite vários reembarque usando o mesmo bilhete no período de 24 horas.

Nota: por conta da epidemia de Coronavirus no Brasil, a linha turismo foi suspensa desde o dia 20/03, sem previsão de retorno.


Para os ônibus metropolitanos, o conceito das pinturas é o mesmo, mas a forma como que os ônibus são numerados é diferente. Há empresas que numeram seus ônibus com 5 dígitos numéricos ou 4 númericos e uma letra (xx_yy).

A numeração das linhas municipais segue o mesmo conceito do nosso sistema (com 3 dígitos), porém, não há uma explicação em sites relacionados do assunto se há alguma separação por códigos. Já para as linhas metropolitanas, todas elas são numeradas com uma letra e 2 dígitos (_xx).

Na próxima reportagem da série, vamos falar dos problemas que Curitiba tem em semelhança com o Rio e que soluções de sucesso da cidade podem ser replicados por aqui.

#OSulem12dias: O início da expedição em Curitiba

Conhecida por ser a cidade modelo do sistema BRT, Curitiba tem um sistema de dar inveja, mas com problemas muito semelhantes ao Rio.

Atenção: a expedição foi realizada antes do surto de coronavírus no Brasil crescer exponencialmente.

Na primeira reportagem da expedição #OSulem12dias, o Portal Flumibuss RJ conta um pouco do início da nossa expedição pelas três capitais do Sul do Brasil. Foram 12 dias de viagem, 3 capitais percorridas em pouco mais de 2.500km pra preparar esta série de reportagens e conhecer outros sistemas de transporte Brasil afora e apontar soluções que estas cidades têm na nossa cidade e Região Metropolitana.

O início da nossa viagem foi pela cidade de Curitiba. Conhecida por ser a cidade modelo do sistema BRT, implantado pelo ex-prefeito Jaime Lerner, em sua primeira gestão (1971-1975), a capital dos paranaenses soube sobreviver só com o sistema BRT, mas já apresenta sinais de desgaste e problemas muito semelhantes com o Rio.

Ciferal Mega Bus bi articulado da antiga Viação Nossa Senhora do Carmo. Os bi-articulados vermelhos se tornaram marca registrada da cidade. Foto: Autoria desconhecida.

Na chegada pelo Aeroporto Afonso Pena, que fica na vizinha São José dos Pinhais, a recepção na saída para a área comum do aeroporto não poderia ser diferente: a imagem de um Viale BRT, da Marcopolo, biarticulado, dando as boas vindas à capital da Volvo na América Latina. Não por acaso, a cidade possui a maior frota de articulados e bi-articulados da marca em todo o país.

Recepção na saída para a área comum do Aeroporto Afonso Pena, na Região Metropolitana de Curitiba. Foto: Gabriel Petersen Gomes

Para se deslocar do Aeroporto até a área central de Curitiba, há quatro possibilidades: táxi, transporte por aplicativo (Uber, 99, Cabify), ônibus convencional e ônibus executivo.

Tanto o ônibus convencional quanto o executivo são operados pela mesma empresa, a São José dos Pinhais. O serviço convencional, através da linha E32 – Boqueirão x Aeroporto, custa R$ 4,50 (preço em Março/2020). Chegando no Terminal Boqueirão, há a possibilidade de integrar com outras linhas sem precisar rodar novamente a roleta. Enquanto que o serviço executivo, operada com micros e micrões com ar-condicionado, USB, Wi-Fi e poltronas reclináveis custa R$ 15,00 (preço: Mar/2020).

Ônibus executivo que liga o Aeroporto de Curitiba com o Centro da capital. Conta com poltronas reclináveis, Wi-Fi, USB e ar-condicionado.

Veja uma tabela comparativa entre os principais meios:

Tipo de transporteTarifaDuração de viagem
TáxiR$ 39,60 ~ R$ 46,4025 minutos
Transporte por aplicativoR$ 28,00 ~ R$ 39,4025 minutos
Ônibus convencionalR$ 4,501 hora e 10 minutos
Ônibus executivoR$ 15,0040 minutos
Nota: referência de destino é a Praça Rui Barbosa no Centro de Curitiba. Durações de viagem estimadas com o trânsito livre.

ENTENDENDO O SISTEMA DE TRANSPORTE:

A cidade de Curitiba e sua Região Metropolitana são integradas através da Rede Integrada de Transporte (o RIT). Na cidade de Curitiba são 20 terminais fechados geridos pela Urbanização de Curitiba (URBS), com integração física, como em Petrópolis, na região serrana do Rio, além de 329 estações-tubo, um ícone no transporte da cidade, onde você pode fazer integração com outras linhas sem precisar rodar novamente a roleta, e da integração temporal (para saber mais, clique aqui), através do Cartão-Transporte. Enquanto que no âmbito metropolitano são outros 15 terminais geridos pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, seguindo os moldes dos terminais curitibanos.

Praça Rui Barbosa, um dos principais pontos terminais da área central de Curitiba.
Foto: Gabriel Petersen Gomes

Atualmente, são 10 empresas operando na cidade de Curitiba, sendo 4 delas (São José dos Pinhais, Expresso Azul, Tamandré e Araucária) operando também no sistema Comec, além de outras 15 operando exclusivamente nas linhas do sistema Comec. Na cidade de Curitiba, o prefixo do ônibus é indicado por duas letras e três números, sendo a primeira letra indicando a empresa operadora e a segunda o tipo de serviço que tal ônibus presta. Veja a relação:

Operadoras da cidade de Curitiba:

LetraEmpresaConsórcio
BTransporte Coletivo GlóriaPontual
CAuto Viação Santo AntônioPontual
DCCD Transporte ColetivoPioneiro
EAuto Viação São José dos PinhaisPioneiro
GViação Cidade Sorriso – Sorriso de CuritibaPioneiro
HAuto Viação RedentorTransbus
JExpresso AzulTransbus
KAuto Viação TamandaréPioneiro
LAraucária Transporte ColetivoTransbus
MAuto Viação MercêsPontual
Ônibus Busscar Urbanuss da Transporte Coletivo Glória, que opera na cidade de Curitiba.

Operadoras do sistema Comec (Região Metropolitana):

PrefixoEmpresaRegião de Atuação*:
15Leblon Transporte de PassageirosFazenda Rio Grande
16Auto Viação TamandaréAlmirante Tamandaré
17Expresso AzulPinhais
18Viação Santo ÂngeloColombo
19Araucária Transporte ColetivoAraucária
20Auto Viação São José dos PinhaisSão José dos Pinhais
21Empresa de Ônibus São BrazCampo Magro
22Empresa de Ônibus Campo LargoCampo Largo
23Viação ColomboColombo
24Viação AntoninaAlmirante Tamandaré
25Viação Castelo BrancoQuatro Barras
26Viação do SulAlmirante Tamandaré
27Viação GraciosaSão José dos Pinhais
28Viação MarumbiSão José dos Pinhais
29Viação PiraquaraPiraquara
30Reunidas Transportes Quitandinha
31Viação NobelFazenda Rio Grande
32Expresso São BentoFazenda Rio Grande
Marcopolo Torino da Viação Castelo Branco, de Quatro Barras.

A numeração das linhas municipais de Curitiba segue um padrão de numeração muito semelhante ao que utilizamos, porém, a numeração para as linhas metropolitanas é composto por uma letra e dois números. Mas a forma como as linhas são numeradas, além dos tipos de linha ficará para a próxima reportagem da série. Não perca!